terça-feira, 10 de maio de 2011

Nem metade dos Guardas Municipais aprovados em concurso foi convocada

A Comissão de Segurança Pública e Defesa da Cidadania  da Câmara de Vereadores de Curitiba vai pedir esclarecimentos da Secretaria Municipal de Defesa Social sobre o último concurso realizado para a Guarda Municipal em 2008. Ontem, um grupo de candidatos aprovados e ainda não convocados foi até a Tribuna da Câmara falar sobre o drama que vivem. O concurso deve expirar em junho mas, até o momento, das 500 vagas oferecidas, apenas 220 aprovados foram convocados.
O concurso realizado em 2008 teve mais de 12 mil inscritos. Na época, 650 atingiram pontuação para ocupar as vagas. O concurso foi homologado no dia 28 de junho de 2008, portanto teria dois anos de validade. Mas a situação pode ser ainda pior. Segundo o Sindicato dos Servidores Municipais de Curitiba (Sismuc), dos 220 convocados desde o concurso, apenas 186 realmente teriam concluído o treinamento e, boa parte nem chegou a assumir o posto.

“Havia o compromisso da Prefeitura de chamar 150 aprovados em 2009 e mais 150 em 2010. Mas isso não foi feito”, diz um dos diretores do Sismuc, o Guarda Municipal Diogo Monteiro. “Este tema esteve em todas as reuniões que tivemos com a Prefeitura durante as negociações do Plano de Carreira. Em todas as vezes que questionamos, eles diziam que não tinham previsão para chamar os aprovados”, continua Monteiro.
A comissão de aprovados no concurso que foi até a Câmara ontem disse que mais de 400 pessoas aguardam a convocação. Os candidatos disseram que houve uma promessa da Prefeitura, de convocar mais 500. Muitos pediram a conta para atender prontamente ao chamado, mas ainda estão esperando. Eles também querem saber realmente da validade do concurso. O prazo seria de dois anos, mas há a possibilidade de ter a validade prorrogada por mais um ano. Só que o edital do concurso não está mais no site da Prefeitura, o que gera desconfiança de que ainda esteja valendo.
Defasagem — Segundo o Sismuc, a Guarda de Curitiba trabalha com defasagem. Uma lei municipal estipula em até 2.300 o efetivo da Guarda. No momento são pouco mais de 1.630. Assim, mesmo se todas as vagas previstas no edital do concurso de 2008 fossem completadas, ainda haveria defasagem.

Mas o diretor do Sismuc, Diogo Monteiro, aponta para outro problema. Muitos estariam deixando a Guarda desestimulados pelos salário mais baixo que em outras atividades ou se aposentando. Portando, quem fica acaba trabalhando para cobrir essa defasagem.
Monteiro também alerta sobre o que isso provoca na segurança patrimonial do município. Alguns equipamentos estariam ficando sem a proteção da guarda, situação que piorou desde que a secretaria de Defesa Social deslocou mais guardas para a segurança em escolaas municipais. Para dar conta desta atividade, alguns pontos acabam ficando mais tempo sem a presença da Guarda. É o tal do cobertor curto.
O vereador Algaci Tulio (PMDB), presidente da Comissão de Segurança Pública e Defesa da Cidadania, e os vereadores Pedro Paulo (PT), Beto Moraes (PSDB) e Dirceu Moreira (PSL) ouviram a reivindicação dos aprovados no concurso da Guarda ainda não chamados, e disseram que inicialmente vão pedir mais informações ao Executivo.
“Eles receberam a informação de que a Prefeitura estaria abrindo outro concurso. Vamos fazer um ofício e encaminhar para a Secretaria Municipal da Defesa Social, pedindo esclarecimentos sobre o último concurso”, disse Algaci. Os prazos e a validade do concurso devem ser esclarecidos pelo Executivo com o pedido de informações da comissão. O ofício que será enviado também pedirá a presença do secretário da Defesa Social, Nazir Abdalla Chaim, em uma das reuniões da comissão.

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