sexta-feira, 8 de abril de 2011

Guardas municipais param de atender ocorrências policiais



Os guardas municipais de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, decidiram parar de atender ocorrências policiais, como assaltos, nos últimos dias. A decisão foi tomada pela categoria desde que a Secretaria Municipal de Segurança Pública determinou que os guardas não podem mais levar para casa as armas de fogo que utilizam durante o horário do expediente.
A ordem para que o armamento dos guardas municipais seja usado apenas em serviço é premissa do convênio firmado com a Polícia Federal (PF), o mesmo adotado em todos os municípios do País que autorizam o uso de armas de fogo pela guarda. No entanto, em São José dos Pinhais isso não estava acontecendo. “A Polícia Militar tem poucas viaturas e um efetivo reduzido na cidade e, por isso, os guardas municipais acabam ajudando no papel que é do Estado”, argumenta o presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de São José dos Pinhais, Nelson Castanho Mafalda.
A questão voltou à tona no final da semana passada, quando houve um confronto entre um assaltante e um guarda municipal que estava indo para casa. Então, a prefeitura determinou que os guardas começassem a cumprir efetivamente o convênio e não levassem mais o armamento depois do serviço.
Para os guardas, continuar com a arma depois do trabalho é questão de segurança. “A guarda de São José dos Pinhais faz cinco anos dia 14 de abril e quem ganhou presente foi o marginal. Enquanto ficar assim, os guardas não vão auxiliar mais em situações de crime, passando a atuar somente em ocorrências de defesa do patrimônio público e de trânsito. O guarda não quer andar armado, quer a arma para o deslocamento dele, enquanto está fardado”, defende o representante da categoria, Robson Bueno.
O secretário municipal de Segurança Pública de São José dos Pinhais, Marcelo Jugend, apoia os guardas, mas diz que é preciso cumprir o que diz o convênio. “Os guardas têm toda a razão de estarem inconformados, mas essa é a lei para municípios com menos de 500 mil habitantes. E por isso chamamos o deputado federal Fernando Francischini (PSDB) para debater o assunto”, afirma o secretário.
A reunião com Francischini acontece nesta sexta-feira à tarde, junto com secretários de segurança de outros municípios que também têm o serviço da guarda armada, como Pinhais, Arapongas, Campo Largo, Umuarama e Ponta Grossa. O deputado considera que o trabalho da guarda pode ser um aliado importante no combate ao crime, inclusive com a falta de efetivo nas polícias. “Tem que ser uma medida bem estudada. Em alguns casos, o guarda tem que ter direito ao uso da arma se tiver poder de polícia, até porque aumenta o efetivo. Vou propor a realização de audiências públicas para estudar a medida mais eficaz para a sociedade, não apenas o que for bom para os guardas”, opina Francischini, que é vice-presidente da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados.

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